Antes de uma grande tempestade chegar ao norte de Queensland, na Austrália, Julie-Anne O’Neill diz que o ar do lado de fora começa a vibrar com vida.
“Todos ficam malucos. É como um frenesi de alimentação e acasalamento”, diz ela.
Em 2011, O’Neill estava caminhando em uma dessas noites. Ela carregava uma lanterna potente e pretendia observar como a vida selvagem local reagia à tempestade que se aproximava.
Foi nessa caminhada que ela tirou a foto que mais tarde chamaria de jóia de sua coleção de imagens da natureza. Ela ouviu seu alvo antes de vê-lo: um grito alto que parecia familiar e, no entanto, estranho ao mesmo tempo.
No chão a sua frente, a maior rã-arborícola-de-white que já tinha visto.
“Ela abriu a boca e eu pensei ‘Oh, meu Deus’”, ela lembra.
Na boca da rã, uma pequena cobra marrom deslizava para dentro do esôfago do anfíbio. A cobra ainda se debatia freneticamente.
BASTIDORES DA IMAGEM
O’Neill estava acostumada a ver essas rãs no lugar onde morava. Elas são comumente encontradas em toda a Austrália, mas foi a primeira vez que viu uma tentando comer algo que não fosse um inseto. (Assista os sapos verdes tentando comer cobras com duas vezes seu tamanho)
Inicialmente, ela ficou atônita, mas então se lembrou da nova câmera digital que tinha comprado para momentos como esse. O’Neill disse que queria documentar uma das coisas mais estranhas que já tinha visto na natureza.
“Se eu contasse isso para alguém, eles iriam dizer: ‘Mas que mentira Jules’, então eu pensei em pegar a câmera e tirar fotos.”
De volta ao local com sua câmera, ela viu que a rã tinha subido uma cesta de vime e se equilibrava na borda.
“Eu ainda estava me acostumando com a Canon. As pontas dos meus dedos tinham se entorpecido de segurar o obturador”, ela lembra. Com a lanterna sobre a cabeça, ela precisou de várias tentativas para conseguir uma visão clara da cobra, ainda presa dentro da boca do sapo. “Quando finalmente consegui a foto, foi um sentimento de vitória”.
SOBREVIVENTE SURPREENDENTE
Na época, O’Neill estava convencida de que o sapo morreria. Feridas de mordida pontilhavam a língua da rã e, com a cobra ainda se torcendo, ela achou que a refeição incomum do anfíbio seria a última.
Mas a rã ainda estava lá na manhã seguinte. As rãs-arborícolas-de-white eram comuns para O’Neill; ela até viu um rastejar para fora de seu banheiro depois de sair da privada. Mas esse ela encontrou pelo tamanho – segundo ela, o bicho preenchia as duas palmas de suas mãos.
Quando publicou a foto no Google+ em 2011, O’Neill até pensou que poderia viralizar, mas não esperava o enorme fenômeno de seguidores em várias redes sociais, principalmente no Reddit.
Quando a National Geographic deu notícia sobre a foto no início de outubro, O’Neill ficou surpresa ao saber o quão popular sua foto se tornara.
Apesar de dizer que a atenção tem sido exagerada, ela está feliz que as pessoas curtem a foto tanto quanto ela e que, agora, está finalmente recebendo o devido crédito.